Alice olha no espelho, batom, lápis, delineador, perfume, um risinho, está pronta. Mais uma vez vai se jogar na noite, novos rostos, novos lábios, tentando encontrar em outros o que não encontra naquela que vê no espelho. Ela, a mais popular, a mais cheia de amigos, a mais desejada por homens e mulheres.
Na procura de mais uma baladinha, tentando achar um pouco de felicidade no fundo de um copo, ela só consegue ver a vida um pouco mais distorcida do que realmente é.
- Quem é que vai dormir com ela essa noite?
O nome ela ainda não sabe.
- Quem vai ligar para ela no dia seguinte? Para quem ela vai chorar suas dores?
Para isso não há resposta.
É existe um preço a pagar, por se ter uma vida mais efervescente do que sal de frutas Eno.
Procura as chaves, fecha a porta, então corredor.
– Ei. Segura o elevador aí.
Então rua, noite, porta de barzinho, falação, azaração, pegação.
Só mais uma noite, que talvez a faça pensar porque estando com todos, ela ainda se sente tão sozinha, é fácil achar alguém para preencher seu corpo, mas seu coração é uma cidade fantasma.
Volta para casa, não deita sozinha, dedos a percorrem, o corpo treme, então chega, ela esquece tudo a sua volta, medos, carências, problemas, e adormece feliz.
Alice levanta só, e com seu ursinho, vai até o espelho, maquiagem borrada, cara cansada, atrás dessa imagem uma criança triste que precisa de atenção e respeito, e pouco a pouco o reflexo vai ficando distorcido pelos olhos molhados e os soluços. Talvez usar o sexo como escambo, não traga um amor para toda vida, ela a mais mentirosa e solitária.
A luxúria pode ser uma máscara bela, mas pouco a pouco escorrega e revela um rosto despedaçado, cheio de sorrisos forçados que fazem doer às bochechas, numa automutilação silenciosa e fugaz.
E o espelho se quebra.
Só mais uma noite, que talvez a faça pensar porque estando com todos, ela ainda se sente tão sozinha, é fácil achar alguém para preencher seu corpo, mas seu coração é uma cidade fantasma.
Volta para casa, não deita sozinha, dedos a percorrem, o corpo treme, então chega, ela esquece tudo a sua volta, medos, carências, problemas, e adormece feliz.
Alice levanta só, e com seu ursinho, vai até o espelho, maquiagem borrada, cara cansada, atrás dessa imagem uma criança triste que precisa de atenção e respeito, e pouco a pouco o reflexo vai ficando distorcido pelos olhos molhados e os soluços. Talvez usar o sexo como escambo, não traga um amor para toda vida, ela a mais mentirosa e solitária.
A luxúria pode ser uma máscara bela, mas pouco a pouco escorrega e revela um rosto despedaçado, cheio de sorrisos forçados que fazem doer às bochechas, numa automutilação silenciosa e fugaz.
E o espelho se quebra.
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