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terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Ao Exílio

Levantando antes do Sol, olhando minha cara toda amassada de quem aparentemente apenas piscou essa noite.
Saio correndo de casa, contando moedas para ir sacolejando dentro do ônibus, espera aí moedas? Sim, moedas. Poucas, e únicas. As únicas coisas que carrego que os homens costumam dar valor, mas por baixo dessa coisa chamada corpo, carrego em mim todos os sonhos do mundo, sonhos de criança, de mulher, de velho e de homem.
E por mais que isto me traga indecisão às vezes, isso é o que alimenta minha calma, minha fala mansa, e é o alicerce desse sorriso bobo que carrego estampado faça chuva ou faça sol, de olhos abertos ou fechados. Até o dia em que o barqueiro vier, e quando vier, por favor, pegue duas moedas em meu bolso, feche meus olhos e as coloque sobre eles, assim chegarei sorrindo ao Exílio. E escreverei para sempre...

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